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Indústria de tecnologia da Índia não quer a venda de iPhones usados no país

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As empresas de tecnologia estão de olho no mercado da Índia, e disputam para se destacar por lá, mas isso não significa que o país vai se contentar com ofertas tentadoras se houver alguma desvantagem à vista. A Índia já rejeitou a internet grátis do Free Basics, oferecida pelo Facebook porque o serviço prende os usuários apenas em conteúdos aprovados pela empresa de Zuckerberg. Agora estão se movendo para bloquear o aplicativo da Apple que permite importar e vender iPhones usados, por receio de que isso poderia prejudicar economia e o meio ambiente do país a longo prazo.

A princípio a ideia da Apple tem suas vantagens. Como na China, o mercado de smartphone da Índia é inundado com dispositivos que custam menos de US$ 100, e a Apple tem dificuldade de penetrar nesse mercado com seus lançamentos de preço premium. Junto com o iPhone SE, que é mais barato, vender iPhones usados poderia ajudar Cupertino em seu objetivo e, ao mesmo tempo, ajudar os consumidores na Índia a obter um dispositivo iOS mais facilmente.

Porém, isso compromete os negócios dos fabricantes locais de smartphone. Um grupo lobista composto por membros da grande indústria escreveu ao governo para opor-se à proposta da Apple. O argumento destes é que o negócio colocaria em risco as empresas locais e basicamente colocaria por água abaixo os esforços que o governo da Índia tem feito para incentivar a fabricação local, através do programa Make in India. Esse grupo inclui empresas como Samsung, Intex e Micromax.

Outro argumento é que a importação de usados aumentaria o lixo eletrônico local. Pilhas e baterias usadas e telas de LCD podem piorar o problema de lixo eletrônico montanhoso que país já enfrenta.

"Milhões de telefones usados importados terão suas baterias substituídas. O que acontecerá com essas baterias, onde elas irão?", perguntou o Sunil Vachani, presidente de tecnologias da Dixon, cuja montagem de telefones se estende a 1 milhão aparelhos por mês para marcas como a Panasonic do Japão e Gionee da China. "Sou contra qualquer mudança na política em matéria de importação de dispositivos usados."

O programa Make in India foi lançado em 2014 para ajudar a reduzir a dependência de importação de dispositivos eletrônicos e incentivar as empresas locais a fabricar seus produtos dentro do país. Até agora, o plano tem sido bem sucedido, mas o grupo da indústria diz que se o governo relaxar as regras de importação por causa da Apple, será praticamente uma paródia do programa.

Esta é a segunda vez que a Apple busca a concessão de importação, mas é a primeira vez que foi recebida com maior resistência e oposição. O governo ainda tem que tomar uma decisão sobre o assunto.

Fonte: Tudo Celular
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