A BRF reportou prejuízo líquido de R$ 167,3 milhões no segundo trimestre de 2017, ante o resultado positivo de R$ 31 milhões apresentado no mesmo período de 2016. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 39,1%, passando de R$ 944 milhões de abril a julho de 2016 para R$ 575 milhões em igual intervalo deste ano. A margem Ebitda recuou de 11,1% no segundo trimestre de 2016 para 7,2% agora. A receita líquida da alimentícia somou R$ 8,027 bilhões no segundo trimestre, queda de 5,7% frente a de R$ 8,515 bilhões em igual período de 2016.
Segundo a empresa o resultado foi impactado por eventos não recorrentes. Entre estes, R$ 117,7 milhões relacionados à perdas operacionais decorrentes da operação Carne Fraca, tais como devoluções, fretes e armazenagem adicionais, ajuste no valor dos estoques, entre outros. No relatório de resultados, a empresa afirma que o início do trimestre foi marcado por volumes fracos ainda como uma consequência da operação da Polícia Federal, principalmente nos mercados internacionais, mas que isso foi mitigado ao longo do trimestre.
A dívida líquida da BRF aumentou para R$ 13,79 bilhões no encerramento do segundo trimestre de 2017, ante R$ 12,24 bilhões no fechamento do primeiro trimestre deste ano. Conforme a empresa, alguns fatores bastante específicos elevaram o endividamento como o desembolso de R$ 556 milhões para a aquisição da Banvit e Invicta. Com isso, o grau de alavancagem, medido pela dívida líquida e Ebitda, foi de 4,24 vezes no primeiro trimestre deste ano, para 4,90 vezes no segundo trimestre deste ano.
Sobre o desempenho no Brasil, a BRF afirmou que, apesar de o consumo continuar reprimido, houve recuperação de volumes ao longo de maio e junho, em relação ao primeiro trimestre. “Mais do que apenas recuperar volumes, conseguimos reverter a tendência de perda de “share” e ganhamos 0,8 pontos porcentuais de participação no mercado total.”
A BRF vendeu 495 mil toneladas de produtos no Brasil no segundo trimestre, praticamente em linha com o comercializado no mesmo período do ano anterior. A receita líquida das operações brasileiras foi de R$ 3,534 bilhões, queda de 0,9% ante a de R$ 3,566 bilhões do segundo trimestre de 2016. O preço médio dos produtos vendidos pela BRF cedeu 0,9% na mesma base de comparação, para R$ 7,13 por quilo.
Na divisão OneFoods, que corresponde à atuação no Oriente Médio e norte da África, a BRF vendeu 258 mil toneladas no segundo trimestre, alta de 6,9% na comparação anual, com uma receita de R$ 1,577 bilhão, recuo de 1,4%. “A OneFoods ainda possui desafios com estoques acima da média, que atrasam o efeito da redução dos preços de grãos”, afirmou a BRF.
A empresa citou ainda o cenário competitivo ainda acirrado e o aumento de imposto de importação na Arábia Saudita (que nesse trimestre, impacta sobre 100% dos volumes). “Apesar disso, vemos uma dinâmica de preços começando a melhorar com a redução gradual da oferta e dos estoques na região”.
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