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Fabricantes esticam ônibus para elevar receita de empresas de transporte

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Montadoras esticaram os ônibus para melhorar a receita das empresas de transporte no segmento rodoviário. A partir deste ano parte dos veículos ganhou um metro no comprimento, espaço extra que permite levar até oito passageiros a mais em um ônibus de dois pisos. Em um veículo executivo normal é possível adicionar até 16 poltronas, dependendo da configuração. Com isso, as empresas conseguem melhorar a remuneração por viagem.

A criação desse novo nicho no segmento de ônibus rodoviário nacional, antes limitado a 14 metros de comprimento, foi um pedido das operadoras de transporte de passageiros. Elas buscavam uma forma de compensar a alta de custos em razão das leis que ampliaram de três para sete o número de assentos gratuitos para idosos, deficientes físicos e estudantes de baixa renda.

Outra medida que entraria em vigor em julho, mas foi postergada para o mesmo mês de 2018, obriga a instalação de plataformas elevatórias para cadeirantes em todos os ônibus. “São medidas que geram custos extras ao transportador e podem ser compensadas com maior oferta de assentos”, diz Silvio Munhoz, diretor da Scania.

As empresas já produziam ônibus de 15 metros para exportação, mas o uso no mercado brasileiro exigiu aprovação da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). A homologação ocorreu em março. Por enquanto, três montadoras investiram no novo nicho. Mercedes-Benz, Scania e Volvo adaptaram os chassis antes voltados ao mercado externo. Já a Marcopolo, maior fabricante de carrocerias do País, investiu entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões para preparar as carrocerias mais longas.

O preço do ônibus maior chega próximo a R$ 1 milhão, enquanto o de 14 metros custa cerca de R$ 900 mil. “A maior quantidade de passagens vendidas compensa e remunera o empresário que paga mais pelo ônibus”, avalia o diretor comercial da Volvo, Gilberto Vardânega.

Mercado. Esse novo nicho no mercado, mais voltado a viagens de longa distância e uso turístico, tem atraído transportadoras e ajudou as fabricantes a melhorar o desempenho da produção.

No primeiro semestre do ano, a Marcopolo produziu 541 ônibus rodoviários para o mercado brasileiro, 29% a mais em relação a igual período de 2016. Desse total, metade foi de versões com 15 metros.

O mercado total de ônibus registrou queda de 17% nas vendas de janeiro a julho, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O segmento de rodoviários, por sua vez, caiu 11,5%, e o de urbanos, 25,8%, de acordo com fabricantes.

Avanço

O diretor da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, diz que, desde março, a empresa vendeu 24 ônibus com 15 metros e negocia mais 80. Ele acredita que até o fim do ano a marca deverá vender 200 veículos desse porte.

A Scania vendeu 152 unidades e tem outras 50 em carteira para serem entregues nos próximos meses. “Vamos dobrar nosso faturamento nesse segmento puxados pelo novo nicho”, afirma Munhoz. Ele destaca vantagens para o segmento turístico que trabalha com ônibus de dois andares, os chamados “Double Decker”, com dois pisos, que nas versão de 14 metros transportam 53 passageiros.

“Vai aumentar muito a oferta de ônibus com dois tipos de classe de viajantes, a executiva e a turística, similar aos aviões”, diz Munhoz. A parte de cima, com bancos semileito, ganha quatro assentos. Na debaixo, com poltronas leito, são três a mais. Se ambos pisos forem semileito, são oito passageiros extras. Já os com poltronas normais podem agregar até 16 assentos, mas ainda não há demanda para essa versão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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