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Pílula do dia seguinte aumenta o risco de trombose?

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Pílula do dia seguinte aumenta o risco de trombose?

 

A dúvida

Tomar pílula do dia seguinte aumenta a chance de trombose? Fabiana Guedes

>> Leia outras dúvidas sobre saúde em Você Perguntou

>> Elas não querem tomar a pílula

Para entender

O anticoncepcional de emergência, mais conhecido como pílula do dia seguinte, é para situações pontuais, como rompimento da camisinha durante a relação sexual. Ele costuma ser vendido em uma dose única ou em dois comprimidos que devem ser tomados com 12 horas de diferença.

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Apesar de ser conhecida como pílula do dia seguinte, pode ser usada até 72 horas (três dias) após a relação sexual, ainda que sua eficiência aumente quanto mais cedo for tomada. Ela bloqueia ou retarda a ovulação, para que não ocorra o encontro do espermatozoide com o óvulo. Se a mulher já tiver ovulado, a pílula do dia seguinte inibe o crescimento do endométrio, a camada do interior do útero onde se fixa o embrião.

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Os riscos


As altas doses de hormônio, que garantem a eficácia como contraceptivo de emergência, têm efeitos colaterais: podem desregular o ciclo, causar náuseas, tontura, dores de cabeça e nas mamas. Assim como as pílulas comuns, a de emergência não deve ser usada por mulheres que têm maior risco de ter sofrer problemas de circulação, como tromboembolismo, uma condição grave. A formação de coágulos nos vasos sanguíneos pode ser fatal: se eles se soltarem e viajarem no organismo até os vasos do pulmão, podem impedir a oxigenação do sangue e levar à morte. Apesar da alta dose hormonal e da contra-indicação para mulheres com fatores de risco para trombose – casos na família, obesidade, fumantes -, não há evidências de que a pílula do dia seguinte esteja mais associada a casos de trombose do que as pílulas comuns.

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O que a ciência diz


Ainda há poucos estudos que mostram completamente o impacto dos contraceptivos de emergência sobre o corpo, especialmente em relação ao risco de tromboembolismo. Um estudo feito por pesquisadores americanos, publicado em 1999, analisou mais de 70 mil mulheres com menos de 50 anos que receberam uma receita médica para comprar a pílula de emergência. Foi possível concluir que os riscos dessas mulheres de ter tromboembolismo eram significativamente menores do que no uso de anticoncepcionais regulares. O estudo foi feito dentro de um programa da Universidade de Boston que recebe verbas de empresas farmacêuticas que desenvolvem e vendem pílulas de emergência. Apesar da declaração do conflito de interesse, o levantamento é usado como referência em vários estudos posteriores que avaliaram a segurança da pílula do dia seguinte.

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Especialistas consultados por ÉPOCA – médicos vasculares e ginecologistas - afirmam que, fisiologicamente, faz sentido que os contraceptivos orais de emergência não ofereçam riscos maiores de tromboembolismo do que a pílula comum. As pílulas do dia seguinte à venda no Brasil não costumam usar estrogênio, um hormônio presente nas pílulas anticoncepcionais regulares e que está mais associado à ocorrência de casos de trombose, por atuar em fatores ligados à coagulação. “As pílulas de emergência brasileiras são de levonorgestrel, uma progesterona sintética menos associada a ocorrência de tromboses”, afirma o médico vascular Ivanésio Merlo, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

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Apesar de o perigo de tromboembolismo não ser maior do que os das pílulas comuns, ele continua a existir na pílula do dia seguinte, principalmente para mulheres que estão dentro de um grupo considerado de risco: têm casos próximos na família ou já tiveram um episódio de trombose, são fumantes, estão obesas ou têm enxaqueca. Um relato de caso publicado em 2007 por pesquisadores espanhóis associou o caso de uma mulher que teve um coágulo venoso na região da face ao uso de pílulas do dia seguinte. Ela havia usado uma pílula de emergência que combinava dois tipos de hormônio, a progesterona e o estrogênio (o mais perigoso para casos de tromboembolismo). Em oito meses, ela havia usado os contraceptivos de emergência em quatro ocasiões, a última um dia antes de começar a ter sintomas, como dor de cabeça, visão borrada e vômitos. Os médicos conseguiram reverter o quadro da paciente sem maiores consequências.

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O que fazer


Antes de recorrer ao uso de contraceptivos hormonais, converse com seu médico para avaliar a melhor opção para o seu caso.

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>> Para saber mais, as referências do estudos citados:
* Cerebral venous thrombosis associated with repeated use of emergency contraception – European Journal of Neurology – 2007
* The risk of venous thromboembolism in users of postcoital contraceptive pills – Contraception - 1999



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