O presidente catalão, o separatista Carles Puigdemont, garantiu neste sábado (30) à AFP que ele e seus simpatizantes não vão abrir mão de seus direitos e vão participar, neste domingo, do referendo sobre a independência da região, apesar da oposição do governo espanhol.
“O que não vai acontecer é nós irmos para casa e renunciarmos aos nossos direitos (…) O governo fez tudo que pôde para que possa acontecer em total normalidade”, afirmou Puigdemont, a 24 horas do referendo de autodeterminação proibido pela Justiça, pedindo aos catalães que evitem qualquer ato de violência.
Ele também pediu uma mediação para solucionar o conflito que opõe a região separatista e Madri.
“Devemos expressar uma vontade clara de que haja uma mediação em qualquer um dos cenários”, declarou Puigdemont, na cidade de Girona, de onde foi prefeito entre 2011 e 2016, quando chegou à presidência da região.
“Qualquer que seja o cenário, quer vença o ‘sim’, ou o ‘não’, deve haver uma mediação, porque as coisas não estão funcionando, sejamos sinceros”, disse à AFP.
Desde 2012, os dirigentes catalães pedem um referendo sobre a independência desta região. Os cidadãos estão divididos sobre a separação, mas apoiam amplamente uma votação acordada com Madri.
O governo central de Mariano Rajoy se recusa a negociar o tema, argumentando que a Constituição do país não permite esta votação, suspensa pelo Tribunal Constitucional.
Apesar de Puigdemont não ter-se dirigido a qualquer instituição em particular, ele garantiu que seria lógica “uma atitude ativa de acompanhamento e de interesse por parte da União Europeia”, criticada pelo catalão.
“Entendo que tenha compromissos com o Estado espanhol, porque sempre foi assim (…) Mas pare de olhar para o outro lado”, lamentou.
“Não é eficiente, nem razoável, nem sensato, que o presidente da Comissão Europeia (Jean-Claude Juncker) não tenha encontrado tempo em sua agenda para perguntar o que está acontecendo nesta parte – acredito que importante – da União Europeia”, criticou.
A menos de 24 horas do referendo – que foi a gota d’água na relação já conturbada entre seu Executivo e o central de Mariano Rajoy -, Puigdemont se mostrou aberto a desconvocar o referendo, se o governo aceitar negociar uma votação acordada.
Ele reforçou, porém, que o governo catalão fará todos os esforços para que o pleito aconteça.
A Justiça espanhola está se esforçando para desmantelar a logística do plebiscito. Neste sábado, a Polícia isolou mais da metade dos 2.300 postos de votação na Catalunha, segundo o representante do governo da Espanha nessa região, Enric Millo.
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