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O BMW Série 7 no qual Tupac Shakur foi assassinado está à venda por US$ 1,5 milhão

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O BMW Série 7 no qual Tupac Shakur foi assassinado está à venda por US$ 1,5 milhão

Tupac Shakur (ou apenas 2Pac) é considerado um dos rappers mais importantes do planeta. Mesmo a Rolling Stone, revista que cobre a cena musical de forma eclética mas é fundamentada no rock, colocou Tupac em sua lista de maiores artistas de todos os tempos. E foi por isto, em parte, que sua morte foi tão noticiada.

No dia 07 de setembro de 1996, Tupac estava no banco do carona de um BMW 750iL alugado por sua gravadora, a Death Row Records, quando o carro foi abordado por duas garotas, que pararam do lado esquerdo. Tupac colocou o corpo para fora do teto solar e começou a conversar com elas por alguns minutos. Às 23:15, um um carro branco (era um Cadillac dos mais recentes na época, não se sabe o modelo exato) parou do lado direito de Tupac e lhe deu quatro tiros com uma Glock .40 – dois no peito, um no braço e um na coxa. Knight foi atingido por estilhaços, mas conseguiu dirigir por cerca de 1,5 km (mesmo com um pneu furado) e, longe da cena, chamar a polícia.

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Uma das balas perfurou o pulmão de Tupac, que foi levado às pressas para um hospital mas não resistiu, morrendo no dia 13 de setembro de 1996, de hemorragia, aos 25 anos de idade.

Agora, o carro no qual Tupac foi assassinado está à venda. Uma loja chamada Celebrity Cars Las Vegas, que obviamente fica em Las Vegas, anunciou o Série 7 E38 por nada menos que US$ 1,5 milhão, o que dá quase R$ 4,7 milhões. É bastante grana, mas estamos falando de um dos BMW mais famosos do planeta. E um belo carro, também.

Por mais que não se considerasse parte do gangsta rap – subgênero do hip hop cujas letras falam sob relatos da vida no ghetto, atividades criminosas e conflitos com a polícia –, preferindo letras introspectivas falando sobre racismo, cultura negra e suas raízes africanas, Tupac estava envolvido com a cena e era uma das vozes mais ativas na rivalidade entre os rappers da Costa Oeste (West Coast) e da Costa Leste (East Coast) dos Estados Unidos.

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Artistas da Costa Oeste, como o seminal N.W.A, Dr. Dre, Snoop Dogg e o próprio Tupac eram “inimigos” de representantes da Costa Leste, como Notoriois B.I.G. e Public Enemy. Tal rivalidade estava presente nas letras das músicas, nas quais os rappers provocavam os membros das cenas rivais; mas também ia parar nas ruas, com gangues associada aos artistas brigando entre si, às vezes em conflitos armados; e em declarações à imprensa. De certa forma, toda esta briga acabava ajudando a popularizar o hip hop e a aumentar as vendas dos discos e dos ingressos para os shows, mas também dava mais visibilidade às comunidades negras dos EUA e chamando a atenção das autoridades e da população para suas questões e necessidades.

Na época de sua morte, Tupac já era um dos maiores nomes do rap americano, já havia sido preso por assédio sexual e agressão, tinha lançado seu seu quarto álbum (All Eyez on Me, de fevereiro daquela ano) e já havia se afastado (ou ao menos parecia ter se afastado) da rixa entre West Coast e East Coast. No dia 07 de setembro de 1996 ele andava com Suge Knight, dono da Death Row Records, que havia pago a fiança de Tupac pouco tempo antes, no valor de US$ 1,4 milhão, sob a condição de que o rapper lançasse três álbuns pela gravadora.

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Segundo consta, os dois haviam se metido em uma briga com Orlando Anderson, um membro da gangue Crips, rival dos amigos de Tupac (os Bloods), três horas antes do assassinato do rapper, que teria sido uma emboscada em retaliação à briga. É claro que, como acontece com toda celebridade morta, há quem discorde. Alguns acreditam que o próprio Suge Knight mandou matar Tupac pois ele planejava lançar sua própria gravadora. Outros acham que foi Notorious B.I.G., dono da gravadora Bad Boy Records, em Nova York, na Costa Leste, foi o mandante.

Em todo caso, B.I.G. foi morto em circunstâncias parecidíssimas com as da morte de Tupac seis meses depois, em março de 1997, o que leva teoristas da conspiração a dizer que o FBI foi quem mandou matar Tupac e B.I.G. para acabar com a rivalidade entre as suas respectivas cenas.

Em 2014, um policial americano disse ter sido o último a ver Tupac com vida e que, ao perguntar ao rapper quem foi que atirou nele, só ouviu Tupac dizer “fuck you”. Pessoas próximas ao artista dizem que isto não aconteceu, embora seja fato que a equipe da Death Row Records que acompanhava Tupac se recusou a cooperar com a polícia e a dar maiores informações sobre seu assassinato.

As informações sobre o carro são um pouco mais consistentes. Depois da morte de Tupac, o BMW foi vendido e trocou de mãos algumas vezes, e que seu dono mais recente mandou restaurá-lo, escondendo todas as marcas de tiro e recuperando as rodas.

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Fora isto, o carro está em “excelentes condições” segundo o anúncio no eBay. O 750 iL era o topo de linha do BMW Série 7 na época, com motor é um V12 de 5,4 litros e 326 cv, acoplado a uma caixa automática de cinco marchas. Na época, o Série 7 E38 era um carro muito avançado e luxuoso, oferecendo recursos como controle eletrônico de tração, airbags do tipo cortina e navegador por GPS pela primeira vez em um BMW produzido em série.

O carro já havia aparecido à venda em fevereiro deste ano, na mesma loja, pelo mesmo valor, mas o anúncio reapareceu nos últimos dias. Um exemplar comum do BMW 750iL E38 custa cerca de US$ 10.000-15.000, dependendo do estado de conservação. No mercado americano, ele é um carro novo demais para ser clássico e velho demais para valer alguma coisa. A não ser que tenha sido parte de um dos assassinatos mais famosos da história.

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